Pensamento Lateral (De Bono)
Algumas pessoas contudo, manifestam outro tipo de pensamento, o qual é mais facilmente reconhecível quando conduz àquelas ideias simples, que só são tidas como óbvias depois de terem sido pensadas. Foi possivelmente intrigado com estas questões, ou seja : que as grandes soluções e invenções não ocorrem necessariamente de mentes lógicas e racionais e sim de mentes criativas que processam outro tipo de pensamento, mais flexível e que segue um percurso diferente da lógica formal, que o pesquisador *Edward de Bono interessou-se em percorrer este fantástico caminho do Pensamento Criativo , ao qual ele denominou de pensamento lateral.
*EDWARD DE BONO – nasceu em Malta em 1933, graduou-se em Psicologia, Medicina, Fisiologia e Filosofia. Leccionou nas Universidades de Cambridge, Oxford e Harvard e é considerado a maior autoridade no ensino do Pensamento Lateral. Possui quase 3O anos de experiência nesse campo, já trabalhou em 45 países, publicou mais de 40 livros que foram traduzidos para mais de 16 idiomas. É fundador do International Creative Forum que reúne as maiores corporações do mundo para focalizar a “Criatividade Séria”.
Visão Geral:
Edward de Bono escreveu muito sobre o processo de pensamento lateral - a geração de soluções novas para os problemas. O ponto do pensamento lateral é que muitos problemas requerem uma persperctiva diferente para serem resolvidos com sucesso.
Definição:
Pensamento lateral é aquilo que foge dos padrões do raciocínio formal, busca desvios da lógica convencional e faz novos caminhos para entender melhor:
O nosso cérebro é composto por redes nervosas que permitem que as informações apreendidas pelo sujeito, se organizem de forma sucessiva e sequencial. A repetição destas sequências vai formando uma espécie de “caminho” ou padrão preferido - como um relvado que à medida que repetirmos o mesmo trajecto, iremos marcando o caminho com o nosso pisar de modo que, com o tempo será difícil desviar deste trajecto já facilmente demarcado. Pois bem, assim estabelecemos padrões que nos permitem confortavelmente reconhecer objectos e situações familiares.
Ex. se escutarmos a palavra – maçã – logo ela se encaixará nos padrões que temos retido na mente: fruta, comestível, vermelha, redonda, etc. Mas se eu lhe disser : “XIHALABAGA” – você certamente não tem nenhum conceito a respeito porque não há nenhum padrão estruturado que possa lhe dar uma referência precisa, então você terá que provocar o seu cérebro para lhe ajudar a conceituar esta palavra, o que só poderá ser feito por outros caminhos que não o da lógica. Então você poderá começar a indagar “XIHALABAGA” pode ser: um ritmo de música africana, um ritual de feitiçaria, o nome de uma raiz medicinal, um afrodisíaco de origem indiana, uma estação de Marte, etc. Assim, você estará procurando novos caminhos, sem padrões definidos e consequentemente exercitando sua ilimitada imaginação e desenvolvendo o seu Pensamento Lateral (criativo). Ou ainda, se eu lhe apresentar o seguinte problema: Você é um náufrago e se encontra numa grande pedra no meio do oceano, de repente passa um navio ao longe e você quer sinalizar para ter alguma hipotese de ser encontrado.
As únicas coisas que você possui são: uma faca, uma caixa de fósforo e um rolo de barbante. Você nunca passou por esta experiência, não existe nenhum padrão registrado, que soluções você poderá buscar para a sua salvação ? Veja bem, assim você terá que buscar caminhos novos até então desconhecidos e estará fazendo uso do pensamento lateral.
De Bono identifica quatro fatores críticos associados ao pensamento lateral: (1) reconhecer as idéias dominantes que polarizam a percepção de um problema (2) procurar por diferentes modos de olhar os fatos, (3) relaxar o controle rígido do pensamento e (4) uso da oportunidade para incentivar outras idéias. Este último fator tem a ver com o fato de que o pensamento lateral envolve idéias de baixa probabilidade, ou seja, que são improváveis de ocorrer no curso normal dos eventos.
Para que serve?
Basicamente: Escapar dos clichês e padrões fíxos ; desafiar suposições; gerar alternativas; pular para novas idéias e ver o que acontece; encontrar novos pontos de entrada a partir dos quais possa seguir em frente.
Aplicação:
O pensamento lateral se aplica à resolução de problemas humanos. De Bono discute a aplicação do pensamento lateral no desenvolvimento gerencial e fornece um estudo interessante de pensamento lateral em crianças.
Sabemos que no mundo de hoje, em processo efervescente de mudanças, temos que estar preparados para constantes adaptações. Adaptação envolve flexibilidade, disposição para abandonar o caminho que tem sido freqüentemente percorrido e projetar um caminho para frente, com a criação muitas vezes de novos conceitos, novas idéias. Mas de onde virão os novos conceitos e as novas idèias ? Certamente de mentes abertas para projetar o novo, antecipar o futuro e pensar o que pode vir a ser, ou seja: os novos conceitos e novas idéias só nascerão do Pensamento Criativo. portanto: pensar criativamente - é criar alternativas onde pelo pensamento lógico encontraríamos barreira; - é descobrir soluções novas inéditas para problemas que muitas vezes parecem insolúveis;é poder ser provocativo, paradoxal, metafórico e lúdico com o próprio pensamento, exercitando assim sua flexibilidade em nos ajudar a encontrar sempre melhores opções e melhores caminhos para toda e qualquer situação de vida, tanto pessoal, quanto profissional.
Se compreendermos a importância do Pensamento Lateral certamente que teremos de praticá-lo sistematicamente desenvolvendo uma atitude de disponibilidade criativa que sem dúvida nos deixará mais preparados para as situações de mudança, de busca de soluções, enfim uma maior competência para vencermos os desafios dos novos tempos e escalarmos o sucesso.
Exemplo:
A seguinte anedota é fornecida por DeBono (1967). Um mercador que deve dinheiro para um agiota, concorda em saldar seu débito baseado na escolha de duas pedras (uma preta, outra branca) de uma sacola de dinheiro. Se a filha dele escolher a pedra branca, o débito está cancelado. Se ela pegar a pedra preta, o agiota fica com a filha do mercador. Entretanto, o agiota "fixa" o resultado colocando duas pedras pretas na sacola. A filha percebe a trapaça e, quando pega uma pedra da sacola, deixa-a cair na rua cheia de outras pedras. Em seguida, chama a atenção dos presentes para o fato de que a pedra que ela pegou deve ser da cor oposta à que restou na sacola. Não desejando passar por desonesto, o agiota concorda com a observação da garota e cancela o débito do pai. A filha conseguiu solucionar um problema difícil com o uso do pensamento lateral.
Princípios:
1. Para obter uma perspectiva diferente sobre um problema, tentar separar os elementos e recombiná-los em um modo diferente (talvez aleatoriamente)